Quer arrazar nesse inverno?
Aposte nas tonalidades marrons e chocolate.
Basta nos aproximarmos de uma mudança de estação e novas colorações - as velhas tinturas, como costumavam ser chamadas, - invadem as prateleiras das farmácias e perfumarias. Nuances modernas, inspiradas em movimentos da moda, prometem um inverno clássico e sofisticado, no qual o vermelho, o castanho escuro e o louro claríssimo vão predominar nos cabelos. Mas antes de escolher o tom ideal, que combine com a sua personalidade, é preciso saber qual produto aplicar. Hoje, gigantes do setor de cosméticos capilares oferecem dois tipos de colorações para serem usadas em casa: as permanentes e as temporárias.
"Ambas contêm pigmentos artificiais, desenvolvidos em laboratórios, que garantem nova cor ao fio", explica Claudenise Andrea Schmitt, técnica da L´Oréal Professionnel no Rio Grande do Sul. "Porém, a grande diferença está nos detalhes da fórmula: se contêm ou não amônia e na quantidade de oxidantes em cada composição", explica, evidenciando que embora sejam responsáveis pelo processo de tingimento, essas substâncias abrem a cutícula (camada externa do fio formada por escamas), que não volta a ser fechada totalmente depois do processo de mudança de cor, facilitando a perda de proteínas, responsáveis pela boa saúde do cabelo.
Questão de química
As embalagens não informam se a coloração é permanente ou temporária. O que as diferencia é a composição e a indicação (se é para cobrir brancos, para clarear, fazer mechas) de cada uma. "As permanentes são feitas com uma combinação de amônia e oxidantes", diz César Augusto, diretor técnico da Intercoiffure, associação internacional que reúne os melhores cabeleireiros do mundo, e responsável pelo salão Mirage, em Porto Alegre (RS). Segundo o especialista, enquanto os oxidantes - a água oxigenada com 20 ou 30 volumes é o mais usado pelos fabricantes - abrem a cutícula (camada externa do fio) a fim de facilitar a entrada dos corantes artificiais, a amônia destrói as partículas responsáveis pela cor já existente no fio. Ao mesmo tempo, outros pigmentos são depositados no córtex (camada mais interna da fibra), garantindo a nova tonalidade ao cabelo.
Como as colorações permanentes são capazes dessa mudança na estrutura capilar, são as únicas que cobrem os fios brancos em até 100%. Ainda, por conta dessa alquimia, elas são boas opções para quem quer clarear, escurecer ou mudar radicalmente a cor dos fios e costumam manter a nova nuance viva e brilhante por cerca de um mês.
Já as colorações temporárias se apresentam de duas formas. Uma delas é a henna. "Colore, mas não contém amônia e oxidantes, apenas pigmentos artificiais que, quando aplicados nos fios, se depositam na cutícula e alteram a cor do cabelo", diz César Augusto. Entretanto, como as partículas coloridas ficam na superfície dos fios, semelhantes a uma maquiagem, facilmente se perdem com as lavagens e sua durabilidade é pouca, o que requer reaplicação entre 15 e 20 dias. Aqui vale derrubar o mito de que a henna é uma coloração que não causa nenhum tipo de dano: como os pigmentos se acumulam na superfície do fio, deixam a fibra mais dura, menos maleável, o que facilita a quebra.
O tonalizante é o outro tipo de coloração temporária. Encontrado como xampu ou na forma de pasta (como a coloração permanente), ele não leva amônia na sua fórmula, apenas uma quantidade pequena de oxidante. "Com a ajuda dos oxidantes, parte dos pigmentos artificiais penetra no córtex e se une aos pigmentos que já haviam ali. A outra parte desses novos pigmentos acumula-se apenas na superfície do fio", esclarece Cristina Zucarelli, técnica da Schwarzkopf, marca alemã de produtos capilares que desenvolve cosméticos para tratar dos fios tingidos. Assim, o tonalizante não provoca uma revolução dentro do fio como ocorre com a coloração permanente. Por isso é mais suave, promove uma cobertura de apenas 50% dos fios brancos e jamais clareia, apenas escurece ou cria reflexos semelhantes à cor natural. Com ele, a nova cor também dura menos: até 20 lavagens.
Cuidado em dobro
Todos os tipos de coloração sensibilizam o cabelo. Ou seja, como mudam a sua estrutura, deixam os fios mais sensíveis às agressões externas. Sol, vento, ar condicionado, calor do secador e chapinha, por exemplo, podem comprometer a nova cor, o brilho e a saúde da fibra capilar. De olho nesse fato, as indústrias cosméticas incrementaram a fórmula de suas colorações - esses produtos ganharam ingredientes que, já durante a aplicação, cuidam do fio. Traduzindo: ao mesmo tempo em que contêm pigmentos artificiais, amônia (quando ela existe) e oxidantes, as colorações também têm vitaminas, minerais, aminoácidos e oligoelementos, substâncias que ajudam a selar a cutícula, garantir maciez, brilho e maleabilidade aos fios e ainda os deixam mais resistentes aos tais agressores.
Para saber se a coloração promove esses benefícios, é importante ler a caixinha e checar os princípios ativos "cuidadores". Se sim, a garantia é de uma compra mais eficiente nos quesitos cor e cuidado.
Resumindo, o uso desses produtos é fácil, mas é importante seguir as recomendações do fabricante. "Todos eles acompanham uma bula. É um passo-a-passo que ensina exatamente como proceder para um bom resultado. Na dúvida, vale a pena entrar em contato com atendimento ao consumidor", afirma Renato Fuzz, cabeleireiro do salão Fuzz Cabeleireiros, em Florianópolis (SC). O cuidado tem de ser sob medida: procurar o cabeleireiro para "consertar" algum estrago feito em casa é mais comum do que se imagina. "Também é bom não abusar desses produtos", fala Clayton Gomes, colorista do salão RW Persil, de São Paulo. "A cada aplicação, os pigmentos se acumulam nos fios. Por isso, temporariamente, o retoque deve ser feito apenas na raiz para não deixar as pontas muito escuras." O tonalizante também pode ser usado entre uma coloração e outra. "Como ele é mais suave e não sobrecarrega tanto as fibras, é uma boa alternativa para dar brilho ao cabelo."
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